Top 5: Momentos do Mario que podem despertar seu transtorno obsessivo-compulsivo

Jogar video game é uma atividade tranquila e descomplicada... para quem não tem transtorno obsessivo-compulsivo. A desordem afeta as pessoas em graus e gêneros diferentes, e descreve uma coleção de padrões de exigência e hábitos comportamentais específicos engatilhados pela ansiedade. Conforme aponta o National Institute of Mental Health, pessoas com TOC sentem a necessidade de checar as coisas o tempo todo e ter rituais de rotina que, geralmente fora de controle, podem causar aflição e uma série de complicações sociais. E estes hábitos repetitivos não se restringem ao que é material, mas também podem ser engatilhados em universos virtuais. A seguir, uma lista com cinco games do Mario que podem ativar ou aguçar ainda mais o seu transtorno obsessivo-compulsivo!

5. Mario Kart: escapar dos Blue Shells

^{Os últimos serão os primeiros. The Blue Shell has spoken!}Qualquer um que já tenha jogado Mario Kart por tempo o suficiente sabe o que é a frustração materializada: o nome dela é Blue Shell, o projétil poligonal capaz de abalar não somente uma boa posição de liderança na corrida, como também toda a sua estrutura emocional e as suas esperanças de obter sucesso. Mas, no fim do cano, ainda há uma esperança para as suas unhas, já completamente corroídas pela ansiedade: em Mario Kart Wii, há várias formas diferentes de evitar o ataque supostamente infalível do casco. Uma das quais envolve obter e manter um cogumelo e saber usá-lo no instante exato em que o Blue Shell sobrevoar seu veículo; o boost do item salvará a sua pele — e, certamente, vai aliviar sua compulsividade.

4. UNDAKE30 Same Game: limpar o puzzle

^{Quero ver esse puzzle brilhando, hein!}Se você conhece o subgênero de jogos de quebra-cabeça SameGame e além disso já ouviu falar sobre a versão Mario do dito-cujo conhecida como UNDAKE30 Same Game Daisakusen Mario Version — lançada em 1995 para Super NES —, você faz parte de um grupo seleto de pessoas. Criada em 1985 por Kuniaki Moribe, a fórmula se desenvolve numa área retangular com vários itens que, quando selecionados uniformemente, são removidos da tela, derrubando cada vez mais os blocos do topo. O objetivo é a remoção da maioria — senão de todos — os itens empilhados; para tanto, é necessário calcular precisamente seus movimentos para que os itens análogos sejam conectados. Se sobrar algum... é game over para você e seu controle de ansiedade!

3. New Super Mario Bros. 2: pegar todas as moedas

^{Temos que voltar, Luigi! Deixei cair 25 centavos lá atrás}Em todos os demais jogos do encanador bigodudo com bafo de linguini, as moedas, ou Coins, simplesmente estão lá, pairando em pontos precisos da atmosfera. Elas não costumavam ser um grande dilema para o jogador — até a criação de New Super Mario Bros. 2. Além da corriqueira linha de roteiro da donzela em apuros, o objetivo principal da aventura se resume a uma só palavra: moedas. Moedas, moedas, moedas. Aparecem aos montes, são expelidas por uma infinidade de vias possíveis, de Warp Pipes a vários tipos de blocos e personagens. O jogo tem a cor do ouro. É praticamente impossível para um jogador com T.O.C. abandonar sequer uma só fase do game sem ter pego todas as moedas que estiverem, ou não, ao seu alcance. Não é pelo dinheiro, amigos; é pela honra!

2. Super Mario World: em busca das ☆96 saídas

^{"☆96" é a nova resposta para a vida, o universo e tudo o mais}Você é um super jogador. Sabe que "96" é o número exato de saídas possíveis de Super Mario World e não deixa ninguém te dizer o contrário. Conhece a localização das Moedas-Dragão como a palma da sua mão, sabe executar o glitch da Ilha do Chocolate e fazer Mario segurar dois itens ao mesmo tempo. Em mais uma de suas habituais conclusões do jogo, você reseta a aventura e verifica, certificado e orgulhoso, o número total de saídas, que agora levará uma estrela à frente. Ao invés disso, para seu mais amargurante infortúnio, você dá de cara com um traiçoeiro número "95". Onde você teria errado? Qual das saídas alternativas das fases da Estrada Estelar fora negligenciada? À qual ilusão da floresta você teria sucumbido?! O jeito é passar todas as fases de novo... uma dose pura de desengano e angústia, engolida a seco!

1. Super Mario 3D Land: as estrelas cintilantes

^{Difícil admitir, mas as glittering stars são muita poeira estelar para o meu caminhãozinho}Mesmo sabendo que alguns jogos possuem uma biblioteca de segredos e "troféus" só esperando para serem desvendados, a maioria dos gamers não enfrenta problemas ao deixar alguns para trás em prol do objetivo principal. A regra, claro, não se aplica aos jogadores com TOC. Em Super Mario 3D Land, conforme o avanço do jogador, estrelas ilustram sua tela de perfil atuando como um tipo de achievement. Se você conseguiu todas, parabéns! No entanto... embora muitos não saibam, há um elemento que traduz para "estrelas cintilantes"; estas só serão obtidas se você tiver completado toda a aventura com o mínimo de cinco perdas de vida. Resumindo: você pode ser o ninja das galáxias e ter dissecado os mais ocultos segredos do game, mas, se perdeu mais de cinco vidas durante esse processo, pode esquecer — nada de estrelas cintilantes para você. Sem isso, você jamais poderá atingir a meta de 100% de finalização do jogo. O jeito, como tudo na vida, é deixar tudo para trás, recluir-se numa montanha distante, treinar como se não houvesse amanhã e recomeçar a aventura do zero. Ah, e você provavelmente precisará de terapia de agora em diante.

Considerações: deixar algo para trás em Super Mario Bros., empilhar os blocos de Super Mario Bros. 2, as pontes de madeira de Super Mario 64.

Lembre-se: este artigo usa caráter cômico para lidar com elementos que mais exigem atenção no mundo dos games Mario; muito embora o transtorno obsessivo-compulsivo seja uma condição séria, alguns video games seletos podem representar até mesmo um alívio terapêutico a quem sofre deste problema. "Jogos podem isolar ou fortalecer, criar uma mania, um vício ou uma paz de espírito", aponta Fletcher Wortmann, autor do livro Triggered: A Memoir of Obsessive-Compulsive Disorder. "Descobri que, os usando cuidadosa e atenciosamente, os video games têm sido instrumentais na manutenção da minha saúde mental".